domingo, 23 de janeiro de 2011

Veículo movido a mato

O valor da passagem de ônibus subiu para R$3,00. Dói um pouco ver esse valor ser debitado do meu bilhete único depois que lutei para chegar até o cobrador. Dói ainda mais saber que não vou conseguir descer no meu ponto. Aqui em São Paulo temos que saber que temos 50% de chance de dar o sinal e conseguir descer no ponto certo. Em uma situação você dá o sinal (quando ele funciona) e torce para conseguir chegar até a porta e percebe que não vai conseguir. Então é hora de gritar: “Vai descer, peraí!!!” . O motorista não ouve ou finge, o cobrador olha com desdém para você e não diz uma palavra, a única coisa que ele faz é puxar aquele elástico com uma porca para sinalizar o motorista de que ele deve fechar a porta. Perdeu!
A outra situação é quando o sinal não funciona. Você puxa a cordinha e nada. Aí você começa a procurar um botão que, para ajudar, está longe. Lá vai você gritar de novo: ”Dá o sinal aí pra mim, por favor!!!”, nada de novo.
Que saudade daqueles ônibus antigos que tinham uma cordinha com um sino acima da cabeça do motorista. Era infalível, o sino nunca apresentava problemas técnicos. Que saudade também daqueles letreiros da frente. Eles não eram digitais. Sinceramente, não sei qual é a eficiência desses letreiros hoje. Você está no ponto e vê um ônibus chegando, mas não sabe ainda qual é, pois o que se vê são apenas números. O veículo se aproxima rapidamente e quando está bem perto de você, o letreiro muda para Terminal Alguma Coisa, só para você ver que o ônibus era seu e que você o perdeu.
Aí você acaba optando por um Microônibus. ApertadoO! Quando chega no centro pega finalmente um ônibus , lotado também, mas olha só: Este têm televisão. Estamos salvos! Não consigo sinceramente me distrair com a televisão do ônibus. Não quero acreditar que estou pagando três reais para assistir TV em um ônibus. E o pior é que não tem essas TVs nos ônibus da minha região. SuUUuuper útil!
Vou chegando, enfim, ao meu destino. Vejo, então, um velhinho voltando cheio de sacolas no lombo de seu jegue. Acabo me lembrando de que vi o mesmo velhinho com seu burro, passando pelo meu ônibus quando eu estava no meio da minha viagem. Ele voltava com um ar de tranqüilidade no rosto. Ao que parecia, ele já teria resolvido todos os seus problemas e, como chegou cedo, não precisou pegar filas e estava voltando para casa.
Fico pensando agora: Quanto será que está custando o quilo do capim?

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